Por incrível que pareça, essas comparações são feitas com freqüência. Eu já vi comentaristas profissionais de futebol das maiores emissoras de tevê do país comparando Maradona a esses jogadores brasileiros que ficam concorrendo (às vezes até vencendo) eleição de melhor do mundo segundo Fifa. Que os caras são bons jogadores, isso não se discute. Mas compará-los ao Maradona é puro pachequismo pedante, cheio de pretenções, feito por comentaristas com propensão para a polêmica, e que são, sobretudo (e essa característica é a única imperdoável), maus profissionais. Antes de tudo, quero dizer que ser polêmico não é nem nunca foi uma qualidade. Se fosse, só teríamos comentaristas esportivos de qualidades enormes. Desde que me entendo por gente, é comum o menosprezo da crônica esportiva brasileira pelos jogadores estrangeiros, acima de tudo pelos craques.
Tudo isso para enaltecer o futebol e os jogadores brasileiros. Sempre que aparece um gringo bom de bola que a imprensa mundial começava a elogiar. Nossos comentaristas com uma colossal dor de cotovelo bradavam "- Shevchenko, o quê! Esse não joga neeem no Madureira". Penso que talvez seja por essa razão que o nosso querido, imortal Madureira nunca tenha tido um grande time. Lá não joga nem o Shevchenko, nem o Ballack, nem Henry, nem o Zidane e nem toda a sorte de craques de futebol infelizes que deram o "azar" de não nascer nesta terra. O Biro Biro, pobre coitado, foi vítima constante dessas comparações: "Esse tal de Rummenigge não dá meio Biro Biro".
Fazer isso com bom humor, como a Coca-Cola, é legal. Afinal, a piada não respeita praticamente nada (Padre Adelir que o diga). Mas fazer isso a sério, como já vi, é imperdoável.
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