quarta-feira, 7 de maio de 2008

Som e fúria

Mesmo depois de o Positivismo ter entrado para a história da filosofia, de ter milhões de objeções relacionadas à lógica e à filosofia da linguagem, eu ainda fico maravilhado ao descobrir uma Lei Natural.

Essa lei está baseada em duas grandezas inversamente proporcionais, i. e.: quando uma delas aumenta, a outra diminui na mesma proporção, ou, na diminuição de uma a outra aumenta em igual proporção.

Não me levem a sério, por favor, mas a lei natural que descobri é: a potência do aparelho de som do carro é inversamente proporcional à qualidade do seu gosto musical.

A constatação é empírica! Você se lembra de alguma vez ter passado por alguém ouvido Bach no último volume enquanto guiava um veículo cercado de alto-falantes por todos os lados? Claro que não. O repertório dessas figuras é sempre o pagode da pior espécie, o funk mais badalado do momento ou o putz-putz mais insuportável, isso quando evidentemente não é o hino do clube de futebol do infeliz.

Ok. Eu estou sendo preconceituoso. Mas que lobisomem não o é? Eu não tenho nada com o gosto musical das pessoas. Além do mais gosto musical não pode ser mensurado na mesma proporção que potência de um som (essa sim, uma medida).

Entretanto, se você liga o seu aparelho de som e escuta suas musiquinhas a volume saudável, o suficiente para permitir que o seu vizinho tenha uma vida própria, isso é problema seu. Aí pouco me importa se você ouve Beethoven ou Alexandre Pires. Agora, se você sai na rua esfregando o seu gosto musical nos tímpanos dos outros, esteja preparado para as críticas.


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